terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Designer Humilde


Terminei de ler hoje o livro Designer Humilde - lógica e ética para inovação, de Charles Bezerra. É um livro de 90 páginas que fluem rapidamente. O livro discute vários pontos do design: processo, identificação de problemas, posturas profissionais e questões sobre inovação no design e na vida.
o design = processo a inovação = resultado positivo do processo

"Design é a profissão que se preocupa com a criação de produtos, sitemas, comunicações e serviços que satisfazem necessidades humanas, melhora a vida das pessoas e faz tudo isso respeitando o equilíbrio do meio ambiente."

O designer tem o poder nas mãos de mudar situações, como também "ao solucionar problemas, de certa forma criamos outros." É preciso ser curioso, ter otimismo, mas acima de tudo ser íntegro e sensível a tudo que está ao nosso redor. Nos preocupar com o meio ambiente, com a economia, enfim todas as coisas que estão diretamente ligadas, mas que não damos a tamanha importância.

"… quais seriam as características dos designers humildes? Eles não têm tempo para ficarem orgulhosos de suas criações, pois estão sempre alertas para colocar suas criações em teste e corrigir prováveis erros. Na verdade, suas soluções trabalham para reduzir o estrago causado por criadores irresponsáveis; atuantes, tentam integrar e pensar no todo e na sintonia necessária entre os agentes em nosso planeta."

Hoje o que mais presenciamos é uma poluição visual. Neste livro fala que todos somos designers, pois todos temos a capacidade de produzir conceitos, de pesquisar e analisar antes de sair fazendo alguma coisa no computador. O que falta para muitos entenderem, como já escutado em algumas discussões sobre design, é que design é processo e não um computador. Esse é apenas uma ferramenta. O computador ainda é muito "burro" diante da capacidade do ser humano. Serve para registrar, organizar e armazenar dados nos ajudando a comunicar alguma coisa à todos. Os estragos são causados por aqueles que pulam a etapa mais importante antes de se entregar à uma máquina.

"Designers humildes reconhecem a beleza e a importância do minimalismo. Sabem que mesmo sendo mais difíceis, as soluções mais econômicas são elegantes e eticamente consistentes. Precisamos constantemente refletir sobre a frase do arquiteto Ludwig Mies var der Rohe, - less is more -, e em todo o processo sempre nos perguntarmos o que é realmente necessário."

O design alemão causa estranheza para muitos. Eu sempre achei muito interessante o simples bem pensado! Estar numa empresa alemã é uma oportunidade não encontrada em tantas outras que se preocupam apenas em deixar tudo bonito, deixando a usabilidade para um segundo plano. Tornando um produto de design uma mistureba de "linhas guias" e cores, sem hierarquia, sem alinhamento. Legal seria se conseguíssemos sempre ter o equilíbrio. Por isso less is more :)

"Se o design é o oposto do caos, vamos nos concentrar “nos inúmeros problemas reais que estão esperando por melhores soluções”. " Vicente Tardin

domingo, 22 de fevereiro de 2009

A menina que roubava livros



Acabei de ler o livro "A menina que roubava livros". Já tinha feito uma postagem para publicar aqui, na sexta-feira. Se eu não tivesse terminado colocaria da forma já escrita, mas como acabei derramar algumas lágrimas com o término da leitura as coisas mudaram...

Fazia algum tempo que eu queria ler, mas sempre esperando a promoção nas livrarias para adquirir essa grande história. Vi na Fnac que tinha entrado em promoção e então quando o encontrei li a contracapa: "Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler.", ja começa por aí. A contracapa mostra apenas uma frase em vermelho que impacta. Nada de sinopses. Uma amiga já tinha me dito que o livro era bom, mas isso já faz algum tempo e eu não lembrava mais do que se tratava totalmente a história.

Já li e vi diversos filmes que contam a história da Segunda Guerra, mas nenhum teve tanta intensidade como este no meu percurso. Quem conta a história é a morte. Já tinha me prometido em não ler mais nada sobre esta história por um bom tempo... Mas a realidade foi outra entrei no mundo de Liesel Meminger, menina personagem deste livro. Personalidade forte ao mesmo tempo amável, fria, sofrida, mas que faz tudo segura tudo sem chorumelas... É a inocência de uma criança em meio a realidade de uma guerra brutal. Para sair desta realidade, a menina acaba se apaixonando cada vez mais por livros e como é de uma familia pobre a solução para suas leituras é roubá-los.

Podemos apresentar este livro assim, como está nas primeiras páginas:
Uma menina
Algumas palavras
Um acordeonista
Uns alemães fanáticos
Um lutador judeu
E uma porção de roubos.

Posso adicionas que tinham:
dois pais de criação
irmão morto
neve
céu vermelho
o enrolador de cigarros
bombas...

Este livro eu lia no ônibus indo para o trabalho e na volta. Antes de dormir até cansar de espiar mais algumas páginas. O jeito que tudo é contado pelo autor australiano Markus Zusak me encantou. É de uma maneira que te faz sentir parte da história. Chegando para trabalhar na empresa é estranho conversar com os alemães (trabalho numa empesa alemã). Vejo diante de mim a frieza que é a personalidade deles, assim como é sentida no livro. Mas ler estas coisas me deixam mais curiosa sobre os costumes desta nação. Ao mesmo tempo me causa um emaranhado de sentimentos. Queria poder perguntar para os que sou mais amiga o que eles pensam dessa Guerra, dessa destruição toda. Uma amiga disse que muitos deles se envergonham, outros ainda se orgulham...

A menina que roubava livros chegou num momento em que teve vontade de matar as palavras e se perguntou: "As palavras. Por que tinham que existir? Sem elas, não haveria nada disso. Sem as palavras o Führer(chefe em alemão) não era nada..."

Acho que quem já leu lembra da parte em que Liesel presenteou seu amigo com algumas coisas amáveis, e ontem andando pela estrada vi estas nuvens e lembrei desta parte. Não é o mesmo que imaginei, mas tinha muita semelhança. "Como se dá a alguém um pedaço de céu? -Decore-a. Depois escreva-a para ele.

Não consegui conter minha ansiedade de contar essas coisas que participei nesses últimos dias. Vou sentir falta destes personagens, dessas histórias...