sábado, 10 de janeiro de 2009

Filme - Blindness


Um filme de um livro de José Saramago, publicado em 1995, e direção Fernando Meirelles me fez parar nessa tarde fria de sábado. A história é sobre a humanidade em meio à epidemia de uma misteriosa cegueira. Sentimentos humanos como egoísmo, oportunismo e indiferença, mas também a capacidade de nos compadecermos, de amarmos e de perseverarmos aparecem em todo o filme. Abaixo a sinopse:

"O filme começa num ritmo acelerado, com um homem que perde a visão de um instante para o outro enquanto dirige de casa para o trabalho e que mergulha em uma espécie de névoa leitosa assustadora. Uma a uma, cada pessoa com quem ele encontra - sua esposa, seu médico, até mesmo o aparentemente bom samaritano que lhe oferece carona para casa terá o mesmo destino. À medida que a doença se espalha, o pânico e a paranóia contagiam a cidade. As novas vítimas da "cegueira branca" são cercadas e colocadas em quarentena num hospício caindo aos pedaços, onde qualquer semelhança com a vida cotidiana começa a desaparecer.

Dentro do hospital isolado, no entanto, há uma testemunha ocular secreta: uma mulher que não foi contagiada, mas finge estar cega para ficar ao lado de seu amado marido. Armada com uma coragem cada vez maior, ela será a líder de uma improvisada família de sete pessoas que sai em uma jornada, atravessando o horror e o amor, a depravação e a incerteza, com o objetivo de fugir do hospital e seguir pela cidade devastada, onde eles buscam uma esperança."

É um filme bem "hard", pesado, difícil de definir. Quando me falaram dele e vendo o início eu achei q não fosse chegar onde chegou. Na verdade não há como se imaginar isso, so mesmo quem conhecia a história do livro de Saramago.
Como li numa crítica, é um filme tenso, confuso, misterioso, instigante, cativante, revoltante, enfim um filme que te puxa para dentro da história. As cores do filme também são muito interessantes, frias, melancólicas. Tudo isso nos traz a percepção de como estamos vivendo o hoje, "olhar com os olhos sem ver realmente, a cegueira simbólica que acomete a sociedade de hoje que não enxerga o que não convém". Esse tipo de filme é o que quando acaba precisamos de um tempo para digerirmos.


Quem quiser ver mais sobre o filme:
http://www.ensaiosobreacegueirafilme.com.br/
Blog de Fernando Meirelles

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Frases de Recheio


Achei interessante quando o mesmo autor da postagem anterior menciona que usamos alguma frase sem sentido ou gasta na nossa fala pelo menos uma vez ao dia. Frases que na essência não comunicam. Este mesmo capítulo também é sobre linguagem, palavras. Considero esse o melhor de todo o livro.

Algumas frases de exemplo:

Quem guarda tem
Bom demais

Para encurtar a história
Todo dia é dia
Desnecessário dizer
Estou numa roda viva
Indo direto ao ponto
Posso ser franco?
Não se incomode comigo
Subiu feito um rojão
É a vida
Tudo o que sobe desce
Só tenho duas mãos
Na verdade
De certa forma
Criança tem cada uma
Está no papo
Falei está falado
Morri de medo
Está brincando
Então, como é que é?
Isto deve dar para o gasto
Que história é essa?
Não quero ouvir um piu
Posso dizer uma coisa?
O tempo voa
Vou ser claro com você
Pra dizer a verdade
Estou lhe falando como amigo
Você tirou as palavras da minha boca
Diga o que está pensando
Chovendo canivetes
Algo me diz que
Isola na madeira
Conte de novo
Vamos levando
Posso lhe fazer uma pergunta?
Nada como um dia depois do outro
Está na ponta da língua
As voltas que o mundo dá
Você está em casa agora?
Evidentemente
São coisas da vida
Tudo tem um limite
Não estou no meu normal
Jogar verde
De volta para o batente
Por outro lado
Em cheio no alvo
Nunca me aconteceu
Onde termina isso?
Diga o que tem a dizer
Já sei onde você quer chegar
Deixa como está para ver como é que fica
Ele é boa gente
Segure as pontas
De qualquer modo
Eu ia mesmo te ligat
Para ser honesto
Nunca vou me conformar

Tem frases muito engraçadas, que realmente usamos sem um motivo específico, mas faz parte do nosso vocabulário. Como diz o autor: "Substitua-as por palavras e frases mais significativas. Uma linguagem muito estática torna-se demasiado insípida."

"A disiciplina de empregar a linguagem para comunicar idéias é uma das atividades básicas mais essenciais de que podemos participar. A maior parte da informação em nossa vida é transmitida pela linguagem."

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ansiedade de informação


Estou lendo o livro Ansiedade de Informação - Como transformar informação em compreensão. Importante para muitos que trabalham com organização de informação, de conteúdo. O mais interessante deste livro são os assuntos de cada capítulo. Hoje escrevo aqui algumas citações da primeira parte do livro que menciona a grande quantidade de informação que recebemos todo o tempo.

Somos todos os dias bombardeados com muita notícia, muita gente falando, enfim uma explosão de 'conhecimentos' descartáveis. O autor comenta que a velocidade da produção de informação, hoje, é equivalente a produção de automóveis em massa. Um exemplo disso são os blogs. Todos os dias visitamos diferentes páginas de amigos para passar os olhos nos dados que foram escritos por cada um. As vezes esses dados são insignificantes para o nosso dia a dia, mas lemos mesmo assim para ficarmos "informados". E essa quantidade de dados, como relata Wurman, entre outros autores, nos deixa ansiosos pelo compromisso dessa diária leitura.


Precisamos de mais significados e menos dados isolados e sem contexto. "Possuímos uma capacidade limitada de transmitir e processar imagens, o que siginifica que nossa percepção do mundo é inevitavelmente distorcida por ser seletiva; não podemos notar tudo. E quanto mais imagens tivermos de defrontar, tanto mais distorcida será nossa visão de mundo." Isso me faz lembrar não apenas de noticiários, mas até mesmo quando se vai numa bienal de arte. A nossa mente não consegue mais captar nada no final do dia, chegamos exaustos e com vontade de ficar quietos, chegamos ao nosso limite.


"Informação não é conhecimento. Você pode produzir dados primários em massa e incríveis quatidades de fatos e números. Mas não pode fazer produção em massa de conhecimento, que é criado por mentes individuais, partindo de experiências individuais, separando o significado do irrelevante, realizando julgamentos de valor." A informação passa a ser conhecimento quando atribuímos sentido aos fatos, quando agrupamos e processamos dados.

"Precisamos distiguir o pertinente do supérfluo".